Logo nos primeiros tempos incertos da pandemia ficou sem escrever, imersa nas notícias do vírus que a tudo se impunham e a todos dominavam. Depois, recomeçou a inquietação, o desassossego, a convocarem Ana Luísa Amaral para a escrita. Bastou ficar atenta à natureza que avistava da varanda na casa de Leça da Palmeira para a poesia tomar conta dos tristes "dias tão magros", como descreve nos versos do novo livro. Nas páginas deste "Mundo" cabem todos os mundos visíveis e invisíveis que o seu olhar alcança, mais as questões que a preocupam. Como a desigualdade, a discriminação, os ódios e extremismos. Porque, para esta poeta, tudo pode ser poesia.